segunda-feira, março 27, 2006

ego tripping

"Já alguma vez tiveste a sensação de que todas as música, todos os filmes, todos os livros... estão a relatar a tua própria vida?"

Isto é uma frase solta que me ocorreu a pensar num personagem. Apercebi-me que ele tem razão. De vez em quando todos estabelecemos ligações pessoais com objectos criados por outras pessoas e que nos chegam ás mãos. Revemo-nos neles. E, por vezes até desejamos que as coisas ocorram daquela forma. Estou sem ideias porque me cortaram o cabelo. Desculpem.

sexta-feira, março 24, 2006

Inutilidades


Este ano tenho ido mais vezes ao cinema. Sempre me queixei que, nos anos anteriores, não ia o suficiente ao cinema. Quando era mais novo, até costumava ser aquele tipo que sabia tudo o que se dizia acerca de um filme, mas só o via quando chegava ao clube de vídeo. Este ano parece que me fartei do clube de vídeo (nunca mais lá pus os pés) e tenho ido ver cinema no seu estado puro. Deêm-me um ecrã enorme, sumos, pipocas e a companhia de amigos e fazem-me feliz. E não vou ver filmes da treta, como antes. Estou realmente satisfeito por ir ver aqueles filmes "importantes", por exemplo, os nomeados aos óscar. Fui ver o Walk The Line, o Munique, o Match Point (ok, uma nomeação para melhor argumento, mas o filme é substimado) , o Brokeback Mountain e o Crash. Agora também vi o Coisa Ruim (espantei-me ao perceber que nunca tinha ido ao cinema ver um filme português) e amanhã devo ir ver o filme de que toda a gente parece falar agora: o V For Vendetta. Contudo, tenho um certo receio de que o filme me vá desanpontar. Ultimamente tenho vindo a gostar mais de filmes simples, com diálogos inteligentes e longos e pouca acção. Pode-me surpreender, nunca se sabe.

Para a semana devo comprar finalmente a minha câmera e posso começar a filmar. O quê? Não faço a mínima e, para ser franco, estou um bocadinho assustado. Sempre tive aquela ideia que "ah! penso no que filmo quando tiver a câmera" e agora estou sem ideia nenhuma. Entretanto, fascino-me com ideias sobre espelhos e o que está para lá deles, egos fragmentados, problemas adolescentes banais e bizarros, suicidas que reaparecem para nos mostrar algo que não havíamos notado, uma nova visão do mundo que leva um rapaz á loucura, música como meio de comunicação, um medo de desaparecer e puro e simples ódio. Até ao fim da semana já devo ter as 4 personalidades "míticas" como eu lhes chamo prontas. Acho francamente que o que tenho andado a escrever está melhor do que aquelas porcarias que tentei fazer passar por um guião.

(Raios, acho que estou doente outra vez. Espero que me passe antes de ir de viagem prá semana. Azar! Vou na mesma!)

domingo, março 19, 2006

here's johnny!

Nunca sei o que escrever, pá. Deixem ver, deixem ver....

Esta semana faço o último teste do 2º Período. Matemática, não é muito difícil (não me estou a gabar, os testes da minha setôra são bastante acessíveis). Depois disso, só tenho uma espécie de mini-teste de Física, como se aquilo não fosse já uma dor de cabeça. Mas, para mim, as férias começam quando acabam os testes, por isso, a partir de terça não me preocupo com mais nada além da minha viagem pelo Norte com amigos. (e desconhecidos mas isso só torna tudo mais divertido) Vamos no mesmo dia em que o resto das escolas vão para um buraco qualquer em espanha chamado Louret de mar enfrascarem-se. Não me interpretem mal, não estou a criticá-los mas não é o meu estilo. Por isso, juntámos uns amigos e vamos a Guimarães, Braga e Coimbra ver as vistas. Na minha opinião, é muito mais divertido.

Puf. Ás vezes parece-me que a minha vida é só estudar, ir ás aulas, ir á explicação, estudar mais, fazer testes, fazer trabalhos de casa, de grupo. Estou farto! Quase nunca tenho tempo livre, nunca consigo fazer tudo o que quero por que me falta tempo. Sabe bem não ter de estudar, mas estas férias vão ser um bocado melancólicas para mim. A seguir vem o 3º Período, o último na ESAS. Depois disso, não sei o que vai acontecer. Não sei que curso seguir, para onde ir estudar. Talvez nunca mais veja muitos amigos, ou ainda pior: quando encontramos antigos colegas todos os dias na rua com quem nos dávamos bem e já não temos nada para dizer um ao outro. Isso é ainda pior, porque ao menos, se nunca mais os virmos, ficamos com a memória deles tal como eram. Mas o que me assusta não é ter saudades dessas pessoas. É NÃO ter saudades deles. É lembrá-los e não sentir nada, apesar de já termos sido grandes companheiros. Isso não quero. Mas já me aconteceu. É triste.

Penso demais. Quem me dera não pensar tanto. Podia ser um maluquinho. Os maluquinhos têm vida fácil. Ninguém lhes pede opiniões, nem os censura por fazerem coisas parvas. Além disso, nao têm de pensar em nada. Podem ficar a olhar para a parede sem fazer nada até se fartarem e olharem para o tecto. Bem, adeusinho.

(por alguma razão que me escapa, não consigo pôr imagens. quem perde são vocês.)

quinta-feira, março 16, 2006

Por que raio é que os posts têm títulos?!


É noite de quinta-feira e estou há tanto tempo a olhar para um ecrã de computador que já tenho lágrimas nos olhos. Mas tem de ser. Amanhã tenho dois testes e um trabalho para entregar. Um teste e o trabalho são de ITI. O outro teste é de Geometria. Não tive tempo quase nenhum para estudar para qualquer um deles por causa do teste que tive na quarta: Física. Nem sei para que estudei tanto, correu-me mal como sempre. É a vida. Como já devem ter notado não tenho assunto por isso estou a escrever o que me vem á cabeça. Nem sei porque é que me dirijo a "vocês". Afinal quem são "vocês"? Só uma ou duas pessoas comentam no meu blog. Não que isso me preocupe. Eu desde o início que não me interessa os comentários, embora seja agradável recebê-los. Por isso "vocês", os que estão desse lado e passam pelo meu blog dando uma rápida vista de olhos sem comentar: só isso já é fixe.

Eu próprio, recentemente, tenho andado a coleccionar novos hobbys. Por exemplo, aquilo a que eu gosto de chamar blog-treking. Simplesmente ando de blog em blog, aleatoriamente, clicando "Next Blog" na barra superior da página. Já encontrei blogs extremamente interessantes, outros simplesmente parvos, e outros em línguas que não consigo ler. É engraçado ver estes pedaços da vida de outras pessoas a flutuar na "teia", sujeitos á critica de estranhos e conhecidos. Sim, já deixei o meu comentário em alguns, apesar de já não me lembrar dos nomes de maior parte deles. Num, uma mulher perguntava-se se tinha uma crise de meia-idade. Não conseguia encontrar a sua "paixão" e a sua mãe tinha morrido há uns 3 dias. Mas, pela maneira como escrevia, não estava deprimida nem abatida. A sua crise era abafada pelos dois filhos e o marido, ou como ela se refere a eles: "os 3 melhores rapazes de sempre". Senti um paralelo com ela, acho que também estou á procura da minha paixão. E, talvez estejamos todos, sem nunca a encontrar, até ao fim da vida. Mas ao longo dessa vida encontramos pessoas que nos fazem pensar: "Porque é que é tão importante encontrar a minha paixão? Porque é que não posso simplesmente viver?" ás vezes gostava de ser como o Alberto Caeiro e ver "apenas uma flor", ver com os olhos, pensar com o coração. A ciência roubou-me essa capacidade. Não vejo, analiso. Não ouço, filtro os sons. Não toco, experimento. Não saboreio, reflicto sobre os aromas. Já está entranhado. Faz parte da minha pessoa. Bem, para quem não tinha nada para dizer este texto já vai muito comprido.

Outra actividade a que me tenho dedicado é o "resgate" da minha memória de séries de desenhos animados que fizeram parte da minha infância/juventude. Nomeadamente, os mais bizarros e engraçados, os meus favoritos. Os downloads vieram trazer essa possibilidade. Há dezenas de sites com todas as séries que alguém possa querer. Comecei com 3 séries mas já tenho uma lista enorme de todas as que me consegui lembrar e outras que alguém teve de se lembrar por mim. Cá estão elas, estou a "downloadar" os 3 primeiros:

Ren & Stimpy
Kablam!
The Tick
Animaniacs
Histeria!
Real Monsters
Spy Dogs
Moto-Ratos de Marte
Tom and Jerry
Doule Dragon

Bem, por hoje é tudo. Vou rever Geometria. Boa noite!

"As I went up on the stairs
I saw a man who wasn't there
He wasn't there again today
I wish, i wish he'd go away" (é uma rima engraçada, vi num filme)

sábado, março 11, 2006

Se



Hoje um post mais sério, depois do grande Potter o homem morcego. Agora, poesia a sério. Um dos meus poemas favoritos de sempre, se não o meu favorito. Aqui no original, "If", de Rudyard Kipling, vencedor de um prémio Nobel e autor, entre outros d"O Livro da Selva". Desfrutem.


"If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you;
If you can trust yourself when all men doubt you,
But make allowance for their doubting too;
If you can wait and not be tired by waiting,
Or, being lied about, don't deal in lies,
Or, being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise;

If you can dream - and not make dreams your master;
If you can think - and not make thoughts your aim;
If you can meet with triumph and disaster
And treat those two imposters just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to broken,
And stoop and build 'em up with wornout tools;

If you can make one heap of all your winnings
And risk it on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breath a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: "Hold on";

If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings - nor lose the common touch;
If neither foes nor loving friends can hurt you;
If all men count with you, but none too much;
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run -
Yours is the Earth and everything that's in it,
And - which is more - you'll be a Man my son!"

quinta-feira, março 09, 2006

Potter


Hoje gostaria de vos brindar com algo especial. Estava eu na rádio da minha escola e, entre colocar um disco dos Smiths e retirar um de Bob Marley, reparei num papel afixado no placard que temos lá. Estava escrito a computador e dedicado a um tal Miguel António. Era um poema e, devo dizer, uma pérola da língua portuguesa, comparável apenas a'Os Lusíadas ou ás obras de Fernando Pessoa. Não tinha título nem autor mas o seu conteúdo provém de uma sabedoria da vida inagualável. Deixo aqui o poema ao vosso critério.

"Untitled, by Anonimous

Potter o homem morcego
Potter e a bota campestre
Potter e o buraco no sovaco
E o seu bafo de extraterrestre,

Potter e as pulgas malvadas
Potter e o cocó de cão
Potter sem meias lavadas
E a ser pisado no chão,

Potter o homem leproso
Potter e a rãzinha no pé
Potter e o seu cabelo seboso
Potter o cor de café,

Potter menino triciclo
Potter e o dente colorido
Potter só tem um testículo
Potter tira ranho do ouvido,

Potter e o Yorkshire Retalier
Potter o compincha petiz
Potter no Você na TV
Com o seu namorado Luís,

Potter o gajo mais burro
Potter o man das alturas
Potter o cabeça de churro
Agora também frita farturas,

Potter o caixa de óculos
Potter não lava o cabelo
Potter quase usa binóculos
Potter... Ai, possa!... Camelo!

Timóteo a massa não é tudo. Vai para as aulas Miguel Teodoro."

Cá está. Nenhuma parte foi censurada. Até traz lágrimas aos olhos, não é?

terça-feira, março 07, 2006

Divagando

O que será a criação? Porque é que o ser humano sente a necessidade de criar? Será por sermos feitos á imagem de Deus? Eros e Thanatos são, respectivamente, o desejo de criação e o desejo de destruição no ser humano. São como um ardor no peito que temos de deitar cá para fora, de qualquer maneira. E a maior frustração é não o conseguir fazer. Não nos conseguirmos exprimir como queremos. Pensar em algo, abrir a boca e sair algo distorcido é a pior das hipocrisias pois não a conseguimos controlar.

Estou a seguir o conselho de uma pessoa amiga e a levar as coisas com calma. O que tiver de sair da minha alma para o papel, sairá. Lentamente, vou escrevendo frases sem conexão, a não ser aquela que eu depois imagino na minha cabeça. Gradualmente, vou construindo um micro cosmos situado no Barreiro, cidade que amo e odeio, composto por representações criativas de pessoas que conheço. Assim, tudo será em redor deles, esses viajantes da vida, sem rumo nem mapa. Temendo o futuro e desejando o passado, a infância, quando tudo era mais simples e fácil. Não querem crescer, não querem fazer parte do mundo dos adultos, no fundo ainda são crianças, lá dentro de si mesmos. Dizem que cada sentimento, na adolescência, é apocalíptico. E se fosse mesmo assim? E se a tristeza de um rapaz fizesse cair a chuva? E se o sorriso de uma rapariga fizesse brilhar o Sol? E se o medo de alguém causasse o fim do mundo?

Loucura, Curiosidade, Hipocrisia, Incerteza e sabe-se lá mais o quê! Quais são os novos pecados da humanidade? Porque é que o Amor é tão importante? O que está para lá do óbvio? Eu quero ver. Eu quero ser visto. Eu quero saber. Eu não quero saber. O mundo vai acabar. Tens de tomar uma decisão. Salvas este mundo ou o outro? Quem tentas levar contigo? Como te irás arrenpeder? Quem és tu?

Quem és tu verdadeiramente? És o que fazes? És o que dizes? És o que os outros dizem que és? És feliz? És Deus? Gostavas de ser? E se fosses?

Nada importa realmente. O mundo já acabou. O novo universo nasce na madrugada. A tua divindade chegou ao fim. És humano e feliz.

quinta-feira, março 02, 2006

Inspiração


Cada vez deixo passar mais tempo entre posts. Não pode ser. Mas, sinceramente, não tenho grande coisa sobre o que escrever. Continuo a trabalhar arduamente (podia ser mais, mas tenho escola e testes) na minha série. Acho que finalmente consegui captar bem o espiríto da coisa. Durante estas férias consegui a inspiração que precisava para dar mais humanidade ás minhas personagens. Escrevenhei uns quantos diálogos com personagens baseadas em pessoas reais e acho que consegui captar a essência (pelo menos parte dela) dessas pessoas. A história sofreu uma reviravolta violenta. Achava que a anterior estava muito desinteressante e não dizia nada a ninguém. Agora vai questionar. It will blow your minds. Vou tentar que mostre o dia-a-dia de adolescentes (nada parecido com o Morangos com açucar, aliás, sempre que possível vou gozar com essa aberração) mas também o lado psicológico de cada um. Os seus medos, dúvidas, sonhos, preocupãções, etc. Depois, há ainda o meu lado favorito: o fantástico, o inexplicável, o estranho. Coisas que acontecem sem ninguém saber como nem porquê. Fenómenos macabros e outros nem tanto. Sempre a questão existencial. Em humanos e não só. E então, talvez o mundo acabe mesmo.

Também estava a pensar convidar uns amigos meus para ajudarem a escrever os diálogos (pelo menos as suas partes) mas acho que iam achar a série parva e ainda não estou pronto para críticas. Além disso, nunca temos tempo para nada.

PS: A minha "inspiração" tem um blog também: vejam nos links

http://everydayhalloween.blogspot.com/