terça-feira, março 07, 2006

Divagando

O que será a criação? Porque é que o ser humano sente a necessidade de criar? Será por sermos feitos á imagem de Deus? Eros e Thanatos são, respectivamente, o desejo de criação e o desejo de destruição no ser humano. São como um ardor no peito que temos de deitar cá para fora, de qualquer maneira. E a maior frustração é não o conseguir fazer. Não nos conseguirmos exprimir como queremos. Pensar em algo, abrir a boca e sair algo distorcido é a pior das hipocrisias pois não a conseguimos controlar.

Estou a seguir o conselho de uma pessoa amiga e a levar as coisas com calma. O que tiver de sair da minha alma para o papel, sairá. Lentamente, vou escrevendo frases sem conexão, a não ser aquela que eu depois imagino na minha cabeça. Gradualmente, vou construindo um micro cosmos situado no Barreiro, cidade que amo e odeio, composto por representações criativas de pessoas que conheço. Assim, tudo será em redor deles, esses viajantes da vida, sem rumo nem mapa. Temendo o futuro e desejando o passado, a infância, quando tudo era mais simples e fácil. Não querem crescer, não querem fazer parte do mundo dos adultos, no fundo ainda são crianças, lá dentro de si mesmos. Dizem que cada sentimento, na adolescência, é apocalíptico. E se fosse mesmo assim? E se a tristeza de um rapaz fizesse cair a chuva? E se o sorriso de uma rapariga fizesse brilhar o Sol? E se o medo de alguém causasse o fim do mundo?

Loucura, Curiosidade, Hipocrisia, Incerteza e sabe-se lá mais o quê! Quais são os novos pecados da humanidade? Porque é que o Amor é tão importante? O que está para lá do óbvio? Eu quero ver. Eu quero ser visto. Eu quero saber. Eu não quero saber. O mundo vai acabar. Tens de tomar uma decisão. Salvas este mundo ou o outro? Quem tentas levar contigo? Como te irás arrenpeder? Quem és tu?

Quem és tu verdadeiramente? És o que fazes? És o que dizes? És o que os outros dizem que és? És feliz? És Deus? Gostavas de ser? E se fosses?

Nada importa realmente. O mundo já acabou. O novo universo nasce na madrugada. A tua divindade chegou ao fim. És humano e feliz.

1 comentário:

Anónimo disse...

a divagação não está má pelo menos parece-me honesta