sábado, maio 06, 2006

História de uma viagem ao Norte VII

"Bem, nessa noite não fizemos muito mais. Depois do jantar ainda demos umas voltas por Guimarães e vimos, entre outras coisas, raparigas a dançar Madonna (aquela irritante Hung Up) em cima de um palco no meio de uma praça. Já na pensão, juntámo-nos no quarto das raparigas para ver televisão e jogar um Verdade ou Consequência muito rasca mesmo. Já estávamos quase a dormir ao fim de um bocado. Voltei para o quarto e adormeci enquanto o Antunes via Wrestling na televisão.
Não se pode dizer que tenha dormido confortavelmente. De manhãzinha, despachei-me enquanto esperava a Cristiana pois tinha ficado combinado que seríamos nós a ir comprar o pãozinho quente. Foi o que fizemos. Voltámos à pensão a tempo de os apanhar a subir para o terraço, onde era servido o pequeno-almoço. Tratámos de nos alimentar enquanto observávamos a paisagem, sempre com aquela árvore solitária a observar-nos. Conversámos sobre o que íamos ver hoje. Se me lembro correctamente (e é um pouco embaraçoso se não me lembrar), fomos visitar primeiro o castelo de Guimarães e só depois fomos à Penha ou lá como se chama. Um parque natural, muito bonito. Então, deixámos as chaves na recepção e lá fomos. O castelo era ali perto, portanto não tivemos de andar muito. Pagámos a entrada e desatámos a explorar todas as divisões (aquelas a que tínhamos acesso, claro). Deveras interessante. Vimos um ou dois quartos, a sala de jantar (acho que se lhe pode chamar isso), as tapeçarias maravilhosamente bordadas com guerras e heróis, os quadros de personalidades da altura, etc. Uma das coisas que gostei mais foram as janelas com bancos para uma pessoa se sentar e observar a paisagem, que, devido a uma certa distorção que os vidros ofereciam, não sei bem porquê, mas parecia mais… antiga. Como se estivéssemos a ver mesmo o que os antigos habitantes do castelo viam.
Bem, depois de termos explorado todo o interior, incluindo uma capela genial onde até se ouviam cânticos gregorianos (uma gravação, obviamente) e as duas maiores tapeçarias que eu já tinha visto decoravam duas das paredes, saímos para ver o exterior do monumento. Pelo caminho ainda encontrámos um homem que nos sugeriu visitar uma casinha que ali estava á nossa frente. Revelou-se, afinal, uma espécie de santuário, com pessoas enterradas debaixo do chão de pedra. Giro.
Fomos ver as muralhas do castelo e foi por essa altura que os meus companheiros de viagem aprenderam algo sobre mim. Sempre tive um certo receio de alturas ou locais altos, portanto deve ter parecido muito estranho a todos eles quando me viram a subir as escadas encostadíssimo à parede, dando passos cuidadosos (verdade seja dita, também não custava nada porem um corrimão naquelas escadas, sinto-me descriminado). Não é preciso salientar que fui alvo de risos (não de maldade, mas simpáticos) e motivo de conversa galhofeira. A coisa não melhorou quando tivemos de passar por uma ponte de madeira e a Sara, na sua eterna simpatia, começou a dar saltos em cima dela e a abaná-la. Ah ah.
Mas, nem este bloqueio psicológico me impediu de subir á torre mais alta, através de umas escadinhas que pareciam ter sido construídas para bonecas. No entanto, valeu a pena. A vista era maravilhosa e foi um dos muitos momentos da viagem em que tive mais pena de não ter trazido a porcaria de uma máquina fotográfica.
Vimos tudo lá por cima, incluindo os escritos de certos enamorados no telhado, o que parece ser uma tradição em todos os sítios históricos. Chegou então a hora de descermos e ainda brincámos um pouco nos jardins, onde exibi o meu mundialmente famoso salto de alegria (que poucos conseguem fazer correctamente, é preciso que se note) e tirámos fotos artísticas e outras nem tanto, aliás, bastante parvas, mas no bom sentido.
Agora, há uma coisa que não me consigo lembrar (quem me manda a mim fazer intervalos tão grandes entre posts?). Eu acho que choveu, mas não tenho a certeza. Contudo, isso também não acrescenta muito á história e, se me tiver esquecido de algo até agora, a Sara pode sempre lembrar-me nos comments. Posso ainda salientar que, durante os nossos passeios, a cantoria era uma constante. Em grande parte por causa da Vitória, com um repertório que havia sido alimentado durante anos por música brasileira (com destaque para as canções dos filmes da Disney, quando ainda eram dobrados em brasileiro), rock, pop e algum gospel. Eu tentava acompanhá-la sempre que sabia a letra, ou introduzindo nova música do meu repertório (que se compõe principalmente por musicais e rock), mas rapidamente me diziam para me calar.
Enquanto isto, a Tânia salientava a importância do kuduro ou kizomba (não sei reconhecer estilos) com duas modinhas (sempre acompanhadas pela respectiva dança). “Tem que dançar o salé, tem que sentir o salé” era a primeira e era substitúida por vezes pela “Casamento… casamento…”. Estas frases eram as únicas que ela dizia de toda a música, mas era hilariante vê-la cantar isso enquanto saltitava de um lado para o outro com as mãos no ar.
Bem, o castelo está visto, vamos à Penha."

1 comentário:

Anónimo disse...

A aracne tem bixos carpinteiros xD

mais uma dia giro, mas vocês não tiveram dias maus na vossa viagem? lol era engraçado ler um mau em que não dava o wrestling na tv e o antunes revoltava-se contra todos argh ...
se calhar não =\

abraço ^^